16 outubro 2007

ÉDEN volta a ser publicado no Brasil


ÉDEN de Hiroki Endo, voltou a ser publicado no Brasil pela Panini, após um hiato de 2 anos. Segundo informado na própria revista (nº 21), a série foi paralisada na edição 20 brasileira por ter alcançado as edições originais japonesas. Desta vez, foi fechado um contrato para publicar a série até a edição 32. Terá periodicidade bimestral e mantém as especificações anteriores, com onomatopéias traduzidas e sentido de leitura ocidental, 128 páginas, formato 13 x 18 cm e preço R$ 5,90.

Conforme comentado em um post de 2005, é um quadrinho da mais alta qualidade, com traço belíssimo, bem diagramado e muito importante, estória envolvente, sendo um ótimo entretenimento.

A estória de ÉDEN, no início, parecia ser mais uma ficção científica pós-apocalíptica, mas para minha surpresa, a estória sofreu várias reviravoltas e está cada vez mais densa. Não existem heróis no sentido clássico e as personagens são pessoas comuns em situações extremas. As cenas são bem violentas, de um realismo que beira o surreal (ver cabeças serem cortadas pela metade na diagonal não é exatamente um cena corriqueira). Mas a violência não é gratuita.

Uma característica diferente neste título, é que nenhum personagem é poupado. Por mais carismático que seja, pode ser morto e descartado num piscar de olhos. Quase sempre, quando começamos a nos apegar a alguém na estória, esta pessoa é morta, criando uma sensação incômoda de insegurança.

Vale uma conferida!

15 outubro 2007

Hiroshima

A um tempo atrás, li o livro "Hiroshima" de John Hersey, jornalista que publicou uma reportagem considerada a mais importante do século 20, um ano após a explosão da bomba atômica, em 31 de agosto de 1946, no "The New Yorker", importante publicação dos EUA, que tomou toda a revista.

Conta a estória de 6 sobreviventes desde o dia fatídico até 40 anos após, quando o jornalista voltou ao Japão para escrever o que aconteceu após aquele primeiro ano, resultando no texto do livro.

Uma coisa é ouvir falar dos acontecimentos de forma genérica, outra, muito diferente, é ler sobre como foi o dia a dia das pessoas que estavam lá e como foi a vida delas depois disso...

Tenho interesse particular no assunto, por que minha família veio de lá. Ao menos a família de meu pai, onde ainda tenho parentes. A coisa não está tão longe assim...

Mas afinal, por que os EUA usaram algo tão arrasador contra civis desarmados? E duas vezes! De Nagasaki, quase não se fala. Por que será?

Significado do nome Yoshino

Os nomes em japonês são escritos em Kanjis ou ideogramas (pelo menos os nomes de família). Cada kanji possui um significado e a combinação desses, geram palavras com significados mais amplos. Um exemplo: o próprio nome do país, Nippon ou Nihon, escreve-se com 2 kanji - Ni = sol ou dia e Hon = origem ou nascimento, daí dizer que o Japão é o país do Sol Nascente. Sinceramente, não sei de onde vem o nome Japão!* Acho que é coisa de navegantes portugueses! Assim como a China, onde os habitantes a chamam de Chyuugoku, ou Terra do Meio (entre o céu e a terra).

Dessa forma, apesar de duas palavras serem lidas da mesma forma, vai depender de como foram escritas para se saber o seu significado. Um exemplo simples, é a palavra Hashi: pode tanto significar ponte ou pauzinhos (aquele par usado para se comer), entre outros significados, que dependerão do contexto ou como são escritos.

O nome da minha família, Yoshino, é escrito com os kanjis Yoshi = Sorte, fortuna e No = campo, podendo significar "campo afortunado", "terra da boa sorte", "a boa terra" ou algo assim.



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* Algum tempo depois de escrever este post, descobri que a leitura em chinês dos kanjis de Nippon é algo como Ji-Pao, que com certeza, para os portugueses e outros navegantes ocidentais se transformou no Japão de hoje. O mesmo ocorreu com o chá (Tcha em chinês e japonês) que se transformou no "tea" em inglês, "té" em espanhol e o nosso "chá" português.
** Para os que tiverem interesse no significado do nome em japonês, tem pelo menos uma comunidade no orkut, onde um pessoal responde as dúvidas: "Nomes e sobrenomes japoneses" (http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=217905).

Escrever em japonês

Vi uma dica no orkut sobre como escrever em japonês nos posts e no perfil. É um procedimento meio mirabolante, pois para fazer aparecer os caracteres japoneses (kanji) é preciso escrever uma codificação numérica representando os caracteres e o orkut converte na hora de mostrar...

Mas valeu, por que acabei retomando o contato com o IME (Input Method Editors, que é um programa da Microsoft que permite que você entre com caracteres e símbolos complexos, como o japonês, usando um teclado comum). O programa se desenvolveu consideravelmente e consegue converter fonemas para hiragana e katakana, e até mesmo para kanjis com considerável precisão.

O Windows XP já tem este recurso nativo, bastando ativá-lo. Para os outros sistemas operacionais, é necessário baixar o programa e instalá-lo (ver em http://www.microsoft.com/windows/ie/downloads/recommended/ime/default.mspx).

さよなら!(sayonara, ou seja, "até logo" em japonês).

Desenho e Ilustração


Continuo com muita saudade de desenhar! É incrível como a gente pode largar algo tão importante pessoalmente e simplesmente, não se expressar.

Gosto muito dos desenhos da Morte e do Sandman que eu fiz (ao lado). Gosto também de ver como as pessoas retratam personagens tão arquetípicos como esses. Não se trata meramente de copiar o que os vários artistas que desenharam as estórias escritas por Neil Gaiman, definiram. É muito mais do que isso, pois eles representam crenças muito profundas nos mistérios da vida e ao mesmo tempo, são representações do consciente coletivo da humanidade.

Para quem nunca leu, eu recomendo: leia SANDMAN, série em quadrinhos escrita por Neil Gaiman, que é com certeza, uma das melhores LITERATURAS já escritas. A revista foi publicada nos anos 90 pela DC Comics (a mesma editora do Superman, Batman, etc.), foi até o número 75. Teve tanto impacto no mercado que a DC criou uma linha inteira de revistas para o público adulto chamada VERTIGO, de onde surgiram vários títulos de sucesso, como por exemplo, Constantine's HELLBLAZER que deu origem ao filme homônimo, assim como "OS LIVROS DA MAGIA", que ninguém me convence do contrário, foi a base para a autora de Harry Potter criar o seu aprendiz de mago, entre outros. As capas ilustradas por Dave McKean eram um espetáculo à parte.


Sandman: Noites sem Fim

Para ter uma idéia, a edição especial "Noites Sem Fim", lançada em 2003, ou seja, 7 anos depois do fim da revista, ficou na 20ª colocação da lista de best sellers do New York Times. Para ilustrar este álbum foram convidados vários artistas conceituados no mercado de quadrinhos e ilustração como P. Craig Russel, Miguelanxo Prado, Milo Manara, Glen Fabry, Bill Siencwickz, Dave Mckean, entre outros.




Kripta


Publicado pela RGE (Rio Gráfica Editora) a partir de setembro de 1976, talvez a melhor revista de terror e fantasia de todos os tempos: KRIPTA. Suas estórias tinham como origem, principalmente a revista EERIE da norte-americana Warren Publishing Co.. Com ótimos roteiros e desenhos detalhadíssimos em preto e branco de grandes desenhistas, hoje consagrados, como Rich Corben (a maior estrela americana da revista Heavy Metal, ao lado dos franceses Moebius e Druillet ), Berni Wrightson (Monstro do Pântano), José Ortiz (tem estórias até hoje na Heavy Metal), Howard Chaykin (American Flagg), Frank Miller (O Cavaleiro das Trevas/Sincity), Neal Adams (Marvel), Esteban Maroto, Walter Simonson (Thor), Steve Bissette (Montro do Pântano), George Pérez (Mulher Maravilha, Novos Titãs), Val Mayerik, Alex Niño, Alfredo Alcala (Conan), Leopold Sanchez, Paul Neary, Tom Sutton, Paul Gulacy (Predador vs. Batman), Jim Starlin (Dreadstar), Gonzalo Mayo, Luis Bermejo, Ramon Torrents, Vicente Alcazar, ao lado de "veteranos" consagradíssimos como Wallace Wood, Al Williamson, Alex Toth, Jim Steranko, John Severin, Leo Durañona e outros. Alguns roteiristas: Doug Moench (Marvel), Archie Goodwin (Marvel), Al Milgrom (Homem-Aranha), Don McGregor (Sabre), Roger McKenzie, Bruce Jones, Roger Stern, Nicola Cuti, Bill Dubay, Budd Lewis, Steve Skeates, Dave Sims.
Teve três formatos: o inicial e melhor (24,5 x 17 cm), um pouco menor que o dos comics americanos durou até o nº 26, valorizando os detalhes dos desenhos e diagramação, quando foi diminuído para uma variação do nosso grande conhecido, o formatinho, apenas com uma altura um pouco maior e em seguida, adotou o formatinho propriamente dito. Coisas do nosso mercado econômico... Seu último número foi o de nº 60, em junho de 1981.
No rastro do sucesso da Kripta, a RGE lançou outros títulos, mas que infelizmente não tiveram o mesmo êxito, como Shock(também com estórias da Warren Publishing Co.), lançada em setembro de 1977; Fetiche (com estórias da Charlton Comics), lançada em janeiro de 1979; e 3ª Geração (com material da Marvel), lançada em julho de 1981.
A maioria das capas foi desenhada pelos brasileiros Walmir Amaral de Oliveira e José Evaldo.
A maior parte das estórias eram séries, embora cada uma tivesse uma conclusão no próprio número. A ambientação era extremamente variada: das complexidades das viagens no tempo de "Rook, o homem que o tempo esqueceu" (que aliás devem ter inspirado a trilogia "De Volta para o Futuro"...), o velho e selvagem oeste, onde até mesmo demônios podiam ser controlados para fins próprios naquelas terras sem lei como em "Os Demônios de Jeremiah Cold" e "Coffin", um branco condenado à vida eterna, perambulando pelos desertos dos índios norte-americanos. Muitos clássicos literários com a temática do horror foram adaptados, como "O Vale da Três Colinas" de Nathaniel Hawthorne, "Ar Frio" de H.P. Lovecraft (adaptada por Berni Wrightson) e algumas obras de Edgar Alan Poe (que ganhou uma publicação especial de 68 páginas em 1980, com a compilação dessas estórias como "A Máscara da Morte Rubra", magistralmente desenhada por Rich Corben, "Os Crimes da Rua Morgue", "O Retrato Oval", "O Barril de Amontilado", entre outros). Muitas são consideradas verdadeiras obras-primas da arte seqüencial como a série "O Apocalipse" em quatro capítulos, cada qual com o nome de um dos cavaleiros (A Guerra, A Peste, A Fome, A Morte), ou ainda, "A Noite dos Dementes", uma jornada de pesadelo pela Londres do período pré-industrial com suas multidões de desempregados e sem-rumo.
Algumas estórias solo também são memoráveis como "Lilith", a estória da primeira mulher criada para ser esposa de Adão. Lilith não é apenas uma estória escrita para uma revista em quadrinhos, segundo crenças pré-cristãs, no Éden houve uma mulher antes de Eva. E na mitologia Persa (se não me engano) era chamada de "A Lua Negra".
É também em suas páginas que é apresentada para os brasileiros, pela primeira vez, Vampirella, no nº 35.
Existia quadrinho "adulto" de boa qualidade muito antes da Vertigo (DC Comics)!

CRÁS!



Esta capa é de uma edição especial de Diversões Juvenis nº 15 que a Editora Abril editou em novembro de 1974.
A revista trazia artistas brasileiros e teve vida muito curta.
Alguns personagens memoráveis nasceram ali: Satanésio (de Perotti), um demônio atrapalhado e seu anjo-da-guarda, o Anjoca, que o acompanhava a todos os lugares para protegê-lo dos mortais (??!!) ; Zeca Funesto é um agente funerário em Deskansas City que sai em busca de fregueses transformado em Kactus Kid (de Canini) quando o dinheiro acaba; Os patos (Ciça); Sacarolha (de Primmaggio); além de trazer clássicos como Zodiako (de Jayme Cortez), entre outros.
Para saber mais:

Elfen Lied

Lucy/Nyū

Depois de ler um artigo bem legal no site Azul Calcinha, escrita pela Luciana Bacci, fiquei bastante curioso para assistir "Elfen Lied" (エルフェンリート), uma série em anime (como os japoneses chamam os desenhos animados e que virou sinônimo de desenho japonês).

A série tem 13 episódios e mais um OVA (original video animation), cuja estória seria um capítulo "perdido" no meio da série e não uma continuação.

A estória é bem construída, com personalidades bem desenvolvidas, onde não existem pessoas perfeitas e as atitudes tomadas, são muitas vezes, fatais. Aliás, o que mais se vê, são fatalidades e extrema violência, justificáveis cenicamente para criar a urgência, medo, peso nas escolhas pessoais e cenas de ação.

O tema de abertura, uma canção em estilo gregoriano chamada Lilium (Lírio) é belíssimo e segundo comentado na Wikipedia, baseada em diversas passagens bíblicas e no hino Ave Mundi Spes Maria (Salve Maria, esperança do mundo) no latim (e em um par de palavras em grego). Letra e melodia são de Kayo Konishi e Yukio Kondou. A letra como mostrada no livreto do CD da trilha sonora original do anime está como abaixo (as frases entre chaves são da versão saint/completa):

Os iusti meditabitur sapientiam
Et lingua eius loquetur iudicium (Salmos 36:30)
Beatus vir qui suffert tentationem
Quoniam cum probatus fuerit accipiet coronam vitae (Tiago1:12)
{Kyrie, fons bonitatis}
Kyrie, Ignis Divine, Eleison
{O quam sancta, quam serena, quam benigna
Quam amoena esse virgo creditur.}
O quam sancta, quam serena, quam benigna
Quam amoena O castitatis lilium

Tradução livre:

A boca dos justos anuncia a sabedoria
E sua língua Proclama o direito (Salmos 36:30)
Bem aventurado o homem que sofre a tentação
Porquê, depois que tiver sido provado, receberá a coroa da vida (Tiago1:12)
Senhor fonte de bondade
Senhor, oh fogo divino, tende piedade
Oh quão santa, quão serena, quão benevolente,
Quão agradável, essa virgem criatura

Oh quão santa, quão serena, quão benevolente,
Oh casto lírio.

As demais músicas da trilha sonora são também bem interessantes, sendo a maioria, instrumentais. Apenas as canções de abertura e encerramento são cantadas.

Os episódios tem títulos em japonês (naturalmente) e em alemão.

No.

Título em português

German Title

Japanese Title

01

Encontro

Begegnung

邂逅 (kaikō)

02

Aniquilação

Vernichtung

掃討 (sōtō)

03

Sentimentos profundos

Im Innersten (lit. "no coração")

胸裡 (kyōri)

04

Ataque

Aufeinandertreffen (lit. "lutar")

触撃 (shokugeki)

05

Recepção

Empfang

落掌 (rakushō)

06

Sentimentos mais profundos

Herzenswärme (lit. "calor do coração")

衷情 (chūjō)

07

Confronto

Zufällige Begegnung (lit. "encontro aleatório")

際会 (saikai) (lit. "confronto")

08

Início

Beginn

嚆矢 (kōshi)

09

Reminiscência

Schöne Erinnerung (lit. "memória bonita")

追憶 (tsuioku) (lit. "recordação")

10

Criança

Säugling

嬰児 (eiji)

11

Complicação

Vermischung (lit. "mistura")

錯綜 (sakusō)

12

Quagmire

Taumeln (lit. "desconectar")

泥濘 (deinei)

13

Sem Retorno

Erleuchtung (lit. "enlightenment")

不還 (fugen)

Para saber mais:

http://www.vap.co.jp/elfenlied/ - Site Oficial (em japonês)

http://en.wikipedia.org/wiki/Elfen_Lied (em inglês)

14 outubro 2007

Migração de Artigos (Exodus II)

Já havia migrado alguns artigos de um antigo site que editava no Tripod e depois no Geocities (HQ & Cia) para o Spaces da Microsoft, que como comentei no outro post, vou abandonar.
 

Adeus, Spaces!

Não ando atualizando os blogs por falta de tempo e principalmente, vontade. Vontade de escrever algo que me interesse e que gostaria de compartilhar com outras pessoas. Além disso, estava indeciso entre manter um dos blogs "One of These Days" ativos.
 
Indeciso até hoje, pois recebi uma mensagem do Suporte Microsoft dizendo que localizaram "imagens envolvendo nudez parcial (exposição de seios ou de nádegas do sexo masculino ou feminino)" no meu Space, solicitando a sua remoção em 120 horas ou seria desabilitado. Como imagino que as tais imagens citadas referem-se aos meus desenhos, que não contém pornografia, sendo exclusivamente estéticos, digo adeus ao espaço. Na verdade, já andava pensando em abortá-lo em função da baixa performance em sua personalização que mesmo utilizando um link de banda larga de 4 MB mostra-se lento e com poucas alternativas, tornando-o muito monotóno.
 
Digo adeus também a hipocrisia.
 
Goodbye. See you "one of these days" at Blogger!!!!